sábado, 28 de janeiro de 2012

Me eu.

Todos os dias, um pedaço de mim é levado.
Às vezes (muitas delas, temo admitir) são pedaços generosos de fatias assimétricas, pois não sou perfeita e equilátera, admito. Mas tenho muito mais do que aquilo que se quer tirar de mim.

Terei eu dado demasiado pouco ou demais de um nada?
Há a farsa vergonhosa do teatro em que fui inserida como simples coadjuvante, teatro esse onde cresci papel principal, maltrapida e pelo avesso. Trépida, nojenta, fétida e ainda assim, principal.
Não consigo me tirar do holofote, mas esse é o canhão indeciso a que ocorre de um lado luzir minha sobra deixando minha sombra ou, todavia, dar-me um tiro.

Artilharia pesada. Campo de batalha, dor e pólvora.
Mas as fatias são deliciosas. E a plateia se delicia, deixando de lado suas fatias preparadas para me atirar.

Se preciso for, atiro-me eu.

sábado, 21 de maio de 2011

Púgil.

Me sinto cabra.

Macabra.

Pelada depenada.

De pena de mim.

Que tanto aposto.

Que números não me vêm

e que por isso continuo insípida.

Não me adianta extrusão

Faço parte e farei se não o fizer.

É sina, é a cena que eu corto

na temporização.

Mas não há tempo,

se for pra isso.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Marinheiro

Sou um Pierrot sem destino
que navega bem menino
pelos mares pequenino

Sou um vão de solidão
um sorriso e a menção
de buscar com tentação

Sou um breve interlúdio
pelo navegar subterfúgio
E navego sem menina
pois perdi a Colombina
para me acalentar.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Sunburn.

Why do I cry, if I own you?

Probably because it has mistaken itself.
Stay.
Hold my hand, call me with those sweet whispers and ask me,
the answers remains the same.

I want you now, and for a long time.
I feel my heart implode.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

E se?

E se as paredes tivessem outra cor?
O meu ar da graça seria direfente?

E se meus por ques não tivessem sido respondidos?
Eu teria encontrado as respostas certas por mim mesma?

E se as respostas não fossem inteiras perguntas que sufocam?
E se tudo fosse apalpável, alcançável e afável?
Eu seria melhor?

E se eu for esse chimpanzé adestrado, mas ainda andasse em quatro patas, satisfaria a todos?

Se eu sorrir mas estiver matando a facadas cada lábio que me dirige, vão saber?
Se eu pensar, vão saber?
Se eu souber, o que será que vão dizer.


O único problema, é que todas as pequenas coisas, se tornam grandes.
A depender do ponto de vista.
É sempre um fator.

E se tudo explodir?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Indescrito.

Nada me faz saciar agora.
O monstro dentro de mim se alimenta,
e as mudanças são insignificantes.

Minha necessidade é tão efêmera,
que mesmo o afago mais intenso
nada me pode causar.

É esse clichê que me incomoda.
Sou tão fácil de ler.
Um livro que já foi escrito,
e cansado de ser lido.

Sou as páginas em aberto
que nada parece preencher,
E eu não faço questão.
Pois numa hora passa.

domingo, 17 de outubro de 2010

No espelho brilhante.

A primeira tristeza do dia

é uma porta que se fecha.

E com ela as angústias,

as frustrações,

e a recordação.

De tudo o que se vai manter

Entre quatro paredes.

Sofrendo em silêncio.

Pois o dia acabou.

E tudo o que lhe resta,

É um par.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Protège Moi

As almas dizem saudações
nos vagões do pensamento.
Meu sub-consciente inanimado
me abandona no limbo da morte.

O vácuo dos meus sonhos quebráveis,
que só o sussurro grosseiro do vento
faz parar.

Faz parar o mundo,
a umidade dos lençóis,
o conforto das minhas cortinas.
E a rajada da manhã me desperta.

Lastimável,
É realidade.