terça-feira, 20 de abril de 2010

A Fogo.

Você vai ver que o que sou não depende de mim,

não depende de ti.

Não é nada que se possa mudar.

Você vai me deixar

louca e translúcida

Por respostas que nunca busquei.

Mas a minha ira será amor,

será desconhecida para mim,

e para ti, nada serei.

Pois nunca desejei.

E a minha deixa é essa.

Falhe em tudo o que puder,

Para que eu esteja lá.

Para ti, que nada sou.


E eu estarei.

Mas não serei.

sábado, 17 de abril de 2010

Pra(o) nada.

Se tivesse fim.
Seria a mim.
O mar que não me cabe, que não me ouve.
Que não me deixa e não me enche.
Mar esse tão cheio, que de ver não creio.
Não chovo, não choro, não coro.
Mas quando quero,
não caibo em mim.
Que sou grande mas não sou mar.
Que não sei de mim.
E paro por aí dizer.
Que não sei de nada que me possa preencher.
De nada que a ti possa satisfazer.
E a inquietude me diz,
que minha alma é gente.
E sou indiferente,
aos seus motivos tais,
que me deixam e queixam,
queixas que não lamentais.
Matar me transcreve.
Amarrar me transcorre.
E outrora em mim,
alma morre.
De não importar,
o querer nem se move.
Mas não cabe a mim.
Se nada pode.