sexta-feira, 27 de junho de 2008

Estúpido coração.


A minha alma doída não tinha direções.
Minha alma não sabia o que fazer.
Queimava, gritava.
A alma pedia ao coração, mas ele não obedecia por ser como era,
entregou-se.

Estúpido coração.
Cada vez mais cortante não sabia desviar.
Pense bem, coração.
De que te serve amar?

Vai queimando, vire cinzas.
Doída assim não vai voltar.

A alma te deu ajuda.
Alma estúpida, não soube ajudar.

O coração gritante, se deu por apaixonar.
O coração insatisfeito de amor.
Coração não sabia o que fazer.
Não ouvia a alma.
E o ardor, pois-se a crescer, e crescer.

Era estonteante ver a cor das cinzas da alma,
que não tinha culpa de nada.
Coração que a deixou falando mas não escutava.
Coração não morre.

Só para.

Quando cansa de acabar com almas, quando cansa de gostar de se acabar.
Estúpido coração.
Se destrói, destruindo as almas.


You say you want a revolution, well you know.
We all wanna change the world.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Tocha.


Era um garoto.
Era um garoto feliz.
Era um garoto feliz que me havia feito a pessoa mais feliz.
Do mundo.
Mundo que nos desencontrou.
Mundo que por ventura, está nos encontrando, e nos levando um ao outro.
Era um garoto que eu gostava de observar, era um garoto que eu gostava de amar, apreciar, apaixonar, acalentar, audaciar.
Ele era o garoto dentre todos.
O que nunca disse não.
Com quem sonhei.
O garoto agora é meu.
O garoto está em minha mão.
O garoto faz-se em pedaços, o garoto é caco.
Cacos. Desfeitos em minha mão.
E assim, junto-os, junto-nos.
Era um garoto. Era ele e eu.
No description needed. Gustavo (:

sábado, 7 de junho de 2008

Cinza. Cinzas. Sim.


Limito-me apenas a sentir e não a dizer.
Larguei toda a mágoa e fui viver.
Se acharem minhas malas, esqueçam.
Não quero rastros do que fui e do que tive.
Quero me deixar sozinho mesmo que esteja envolto por toda essa inexpressividade que eu ainda acho que quero ter – por perto –, ou minha alma vai se dissipar e eu vou dizer o último adeus.
Eu não arrisquei minha vida pra poder riscar em todas as paredes seu nome, inconsciente, decerto.
Vou me redimir, me ajoelhar e me machucar até que seja trabalho completo.
Meu coração de concreto. Que esqueceu de esquecer.
De todo eu me perdi, mas eu estou mudando esse ver.
Estou vivendo novamente. Soltando-me de você.
Vá embora cheiro infernal.
Suas marcas, minhas manchas.
Desejo, ‘fluido carnal’.
Você vai um dia se prestar.
Eu te prestei por muito e minha alma virou lama.
Eu não sei quem é você.
Não sei se é real.
Só sei que o amor vira ódio.

Esses são clichês.

O amor é banal.
O que Nirvana não faz com uma pessoa... Afoguei-me aqui.

domingo, 1 de junho de 2008

Vão, amor, (até então).


Eu gostaria de um dia cruzar a rua.
Atravessar tudo para ir ao encontro de meus segredos, meus desejos.
Quero encontrar um amor.
Vê-lo na outra esquina, e deixar a esquina passada morrer com esse passado meu.
Dar-lhe-ei o fruto do meu coração e sentirei o mesmo que retirei dele.
Mas num descompasso ignóbil, iria me desalentar.
Pois as faces que se vêem não têm mais a mesma suavidade, e a rotina estragou nosso poder.
Agora não se pode mais.
Tudo morreu e eu não sei onde era a esquina em que parei.
Não sei em que rua te encontrei.
Não posso mais voltar para corrigir o que eu não vi.
O que deixei passar com os carros que me abriram caminho a você.
Estes seriam peças deste jogo que hoje não me vale nada.
Esboço à minha mente o seu calor.
Mas não vejo como ter teus braços envoltos à minha fragilidade sã e amável.
E foi assim que eu fui atropelado na esquina ao te reencontrar.
Mas eu reencontrei.
Eu quero um amor que me faça morrer assim, feliz.
Quero que esse amor me abra caminhos, suba ao topo pra me ver chegar.
Alto, sempre alto.
Como eu gritava por você.
Como eu olhava pra cima, vendo seus traços ofuscados.
Eu te via.
Eu te perdi.
Eu te reencontrei.
Eu morri.