sábado, 17 de abril de 2010

Pra(o) nada.

Se tivesse fim.
Seria a mim.
O mar que não me cabe, que não me ouve.
Que não me deixa e não me enche.
Mar esse tão cheio, que de ver não creio.
Não chovo, não choro, não coro.
Mas quando quero,
não caibo em mim.
Que sou grande mas não sou mar.
Que não sei de mim.
E paro por aí dizer.
Que não sei de nada que me possa preencher.
De nada que a ti possa satisfazer.
E a inquietude me diz,
que minha alma é gente.
E sou indiferente,
aos seus motivos tais,
que me deixam e queixam,
queixas que não lamentais.
Matar me transcreve.
Amarrar me transcorre.
E outrora em mim,
alma morre.
De não importar,
o querer nem se move.
Mas não cabe a mim.
Se nada pode.

Um comentário:

Unknown disse...

Filha,
Porque quando entristeço lembro que tenho você,
que a lua está inteira lá fora,
que conosco os afetos não ficam guardados,
e que sempre tem música tocando lá dentro do peito da gente.
É que de vez em quando vejo morrer algumas alegrias.
Vejo que se torna cada vez mais difícil encontrar alguma coisa que me encante tanto quanto estes posts. E esse endurecer ainda me choca.
Você é pequena, ainda não vê.
Ou será que não vê porque, diferente de você, só sou fada nas horas vagas. Você, que é fada tempo integral, que tem alma de canela doce e cheiro de capim, só sabe ver o amor...
...o que importa, filhota, é lembrar sempre que
a beleza está nos olhos de quem vê...