quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Do céu, Platéia.


Eu vi. Eu juro que vi!
E ouvi. Ouvi sua voz gritando meu nome ao ver sua sombra correr atrás de mim.
Mas eu corria.
Corri pois a neblina não me fazia ver que estava tudo ali.
Me afastava do real, me trazia a algo que desconheço.
Ainda corro por neblinas. Mas daqui, a neblina não ofusca o que você é.
Daqui vejo perfeitamente o que fazes, com quem se deita, com quem confessas.
Mas vejo que não amas. Sinto que não amas.
Pois se eu não tivesse corrido de ti, sua voz continuaria a gritar por mim.
E se alguém pudesse descrever-lhe novamente o que houve ali, e o que só eu senti ao ver a neblina te esconder de mim.
Eu achei que fosse somente a sua brincadeira eterna.
Achei que fosse seu riso ao me animar em tardes de crepúsculo avermelhado.
Mas era a partida, e suas lágrimas e teus gritos não me pareciam ser o que eram.
Pois toda vez que se vai, se confunde.
Mas posso te ver perfeitamente bem daqui, amado.

Um comentário:

Unknown disse...

Passar por aqui, ler suas lindezas em palavras, perceber e sentir além delas pela tua capacidade de transparecer...poucos presentes agradam tanto !
Beijo.