sábado, 16 de agosto de 2008

Pérola.


Os passos apertados comprimiam-se dentre todos os outros.
Os corpos que se arrepiavam, por todos os sussurros no salão.
Dois-pra-lá, dois-pra-cá. Os pés saltavam em sintonia.
E os amores desconhecidos naquele baile.
Os amantes incandescentes naquela valsa.
A velocidade de investidas.
O desejo sem amor.
As portas fechadas. O único verdadeiro amor que se mantinha escondido.
Agraciados pela solidão de um único som que vinha de seus corações.
Sem segredos dentre taças. E sem a farsa de ir embora.
Sem o esquecimento, e o atordoamento.
O único amor que é proibido.
O único amor que foge das barreiras, e o único amor que desaparecerá.
Aqueles que não se viam. A escuridão e os choques.
Como o último dia de nossas vidas. A última noite que nos restou.
Adeus, perdão, oh, saga.
E a mesma sagacidade fazia a noite ser nada.
Fazia serem os braços no mesmo movimento.
Fazia ser o aceno o último toque.
Sem contato.
Aquela noite foi para muitos, a última diversão.
Para únicos, a primeira
.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o blog, os contos, tudo. Escreve bem, heim?!

Beijos.

Unknown disse...

Sil, Sil... Fiquei aqui suspirando por vivenciar esta delícia de magia... Viajei com você em cada linha, em cada letra deste melodioso romance descrito em palavras perfeitas... parabéns... Beijo e mais.