quarta-feira, 21 de maio de 2008

Teias, cápsulas, manto.


Eu tive medo.
Medo da morte, medo da perda.
Medo de pessoas, e medo da falta delas.
Sinto medo de poder sentí-lo.
Sinto medo do que me pode causá-lo.
Medo de quem recrimina, medo de quem ignora.
Um medo que arrepia, um medo que arde.
Um medo que dói, um medo tremendo de ter errado.
O medo de encarar, medo do medo poder voltar.
Medo de não me encorajar, medo de originalizar.
Medo de não ser, e de nem tentar.
Medo de você, medo de mim.
Medo de meus braços me tocando quando ninguém o pode fazer.
Medo de minhas pernas caírem e não ter quem segurar.
Medo de que o medo me possa desabar.
Medo dos olhares, das palavras, medo até da vida.
Medo de que o medo me domine por completo e medo de a esperança morrer.
O medo que não sei o que é, mas sempre morre de medo de ser medo e machucar.
O medo me disse que não preciso ter medo dele, "olha só quem fala".

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Eu odeio o amor.


Eu odeio tudo no amor,
a forma inconsciente com que ele me toma.
O tempo que ele me toma.
A força com que me toma.
E, antes disso, por ‘quem’ ele me toma.
Pois eu achava que o amor era uma coisa bonita.
Até que aprendi o que são ratos.
Os ratos roem, e isso é fato.
Mas a parte dolorosa é quando os ratos roem, destroem, mas não acham nada.
Então, é o amor.
E esse processo de corroer chama-se paixão.
Oh, saga cruel.
Que me tira o apetite.
Que me impulsiona suspiros,
e que me teve.
Torna-se pior que o amor, amor que é o rei, amor que lidera, e ainda rói.
Amor é a luta de mim contra impossibilidades ou não-reciprocidades, atrocidades que me cometo.
Eu não quero mais amar, oh céus!
Eu não agüento mais saber que não te tenho, e que não te quero mais e mais.
Não. Pois eu odeio o amor. E o modo como ele está me fazendo chorar agora.

sábado, 10 de maio de 2008

Tem algo atrás de mim.


Tem algo atrás de mim que desconheço.
Não é o passado, nem são meus passos.
Não foi deixado, nem ocupa espaço.
Move-se e não é como eu.
Logo, não tem cores.
Não é pequeno, mas não tão grande assim.
Não me perde, mas nem precisa achar.
Não é nuvem mas não se pode tocar.
Não tem pés e tampouco sabe amar.

Não sabe errar, mas erra por existir.
Erra assim, por me imitar.
É a minha sombra, sou eu obscuro.
Eu olho pra trás, e ela está ali.

LE MOULIN!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

A Escapatória "É O Fim".




Perdão, tive uma escassez de inspiração.

Teria você sumido? Ah, não.

O único que me faltava era aquela chavezinha para que eu pudesse te trancar em mim, e enfim, a engolir. Mas não vejo trinco, maçaneta. E por acaso havia um aporta ali? Eu possivelmente entrei, ela se fechou e sumiu.
Se há tempos atrás eu não tivesse me rendido ou corrido riscos você não estaria aqui. Mas isso não teria graça nenhuma, mesmo.
Às vezes eu paro e penso se você está exatamente como era antes ou como deveria ser. Mas o que justamente lhe falta é ser o que você é, que para mim já é bom o suficiente. Pois parece que eu nasci pra morrer, mas nasci pra você, que vai ser a minha morte.
"Sweet Poison Of Mine".
(isso realmente me lembra "Mari & Lisi")

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Ficlet

Minha Ficlet, bem pequena então vale a pena postar aqui.

The Pages Are All Torn And Frayed. Por Sílvia Leão

I’m Not Okay.

Eu queria compreender porque te amo.
Por que toda vez que te vejo eu tremo.
Se fui eu quem te disse adeus e já é tarde demais.
Se você poderia ao menos voltar para esse futuro infeliz de um passado incerto.
Eu queria saber se você me ama.
Porque eu te quero de volta.
Porque eu errei.
Eu queria saber por que te amo.

I’m Okay Now.

Você gritava comigo e eu não me incomodava pois sua certeza era pra mim o mais possível e arquitetado erro. Eu não sabia quem era o traidor.
Quem traía ou quem deixou de amar, mas mesmo assim manteve a a frieza alheia como se confortasse.
E como se tivesse voltado a amar mesmo não sendo a coisa mais precisa ou bem feita já feita.
Sua respiração não contrai mais minha musculatura, e agora sim eu sinto falta disso.
“I held you close as we both shook for the last time.”
Eu te segurei bem perto e nós dois trememos pela ultima vez.
Dê uma boa olhada e diga se você ainda me ama. Pois eu te quero, eu te aceito.

I’m Okay Now.

Eu queria saber por que te amo.
Porque eu errei.
Porque eu te quero de volta.
Eu queria saber se você me ama.
Se você poderia ao menos voltar para esse futuro infeliz de um passado incerto.
Se fui eu quem te disse adeus e já é tarde demais.
Por que toda vez que te vejo eu tremo.
Eu queria compreender porque te amo.

I’m Not Okay.

Fim.